Estudando o Espiritismo

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quinta-feira, 13 de setembro de 2012

O Casamento e Seus Objetivos


O Casamento e Seus Objetivos

Palestra Virtual
Promovida pelo IRC-Espiritismo
Http://www.Irc-espiritismo.org.br

Palestrante: Carlos Alberto Silva
Rio de Janeiro
29/03/2002

Organizadores da Palestra:

Moderador: "Luno" (nick: [Moderador])

"Médium digitador": "Cacs" (nick: Carlos_Alberto)

Oração Inicial:

<M_Alves> Jesus Amigo! Mais uma vez, aqui estamos reunidos para o estudo da noite de hoje em torno do tema "O Casamento e seus objetivos".

Pedimos que ampares o pensamento do nosso companheiro Carlos Alberto para que ele possa atingir os objetivos traçados para a noite de Hoje. Que possa ser assim, Senhor, que com a Tua benção e com Tua permissão, com a permissão de Deus, que possamos iniciar mais uma palestra virtual. Graças a Deus! (t)

Apresentação do Palestrante:

<Carlos Alberto> Trabalho no Núcleo de Caridade Espírita irmão Joé, situado aqui no Rio de Janeiro, no Bairro de Piedade, na mediunidade de cura, nas sessões de desobsessão, nas palestras públicas e no atendimento aos necessitados, onde percebemos que somos e seremos sempre os maiores beneficiados. (t)

Considerações Iniciais do Palestrante:

<Carlos Alberto> Encontramos no Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo XI, item 8, preciosa elucidação:

"8- O amor resume a Doutrina de Jesus toda inteira, visto que esse é o sentimento por excelência, e os sentimentos são os instintos elevados a altura do progresso feito. Em sua origem, o homem só tem instintos; quando mais avançado e corrompido só, tem sensações; quando instruído e depurado, tem sentimentos. E o ponto delicado do sentimento é o amor, não o amor no sentido vulgar do termo, mas esse sol interior que condensa e reúne em seu ardente foco todas as aspirações e todas as revelações sobre-humanas. (...)".

A Lei do amor substitui a personalidade pela fusão dos seres; extingue as misérias sociais. Entendemos que a família é a sagrada oportunidade de nos reunirmos para através do livre-arbítrio, substituirmos os nossos instintos e sensações pelo sentimento mais nobre que é o amor. Para que a família se constitua, é necessário o casamento. Este o nosso tema da noite. Rogamos a Jesus e aos bons Espíritos que nos inspirem para falar de um tema sempre tão atual quanto necessário a todos nós. (t)

Perguntas/Respostas:

<[moderador]> [1] - <Mirandum> Carlos Alberto, boa noite! Porque não há casamento nos Centros Espíritas, como há nas igrejas e demais religiões em geral?

<Carlos Alberto> Por vários motivos. Observamos que na maioria das religiões, há a figura de um Padre, ou um Pastor, que no entendimento destas religiões, é o intermediário de Deus para "oficializar" uma união, um casamento. Não existe tal intermediário na religião espírita, onde mesmo o presidente do centro espírita, é considerado mais um trabalhador, com a missão de organizar as tarefas do centro, sempre ajudado por uma equipe de trabalho. O casamento para o espírita, portanto, não depende da autorização de um presidente do centro, ou mesmo de um palestrante ilustre, mas de um consentimento que vem de Deus, de um pedido sincero feito por dois corações que resolveram se unir.

Isto não quer dizer que o espírita não possa realizar uma cerimônia espírita, que em lugar do padre, terá um amigo que possa realizar uma prece, em lugar da Igreja, não o centro espírita, mas o lar, ou um local adequados para reunir os amigos e familiares. (t)

<[moderador]> [2] - <^A^ceiel> Com quem a pessoa "casa" tem a ver com a vida passada?

<Carlos Alberto> Normalmente sim. Mas não façamos disso uma regra absoluta. A Doutrina Espírita nos ensina que a maioria de nós tem um planejamento de vida a cumprir, no que se refere a nossa família, ao país em que nascemos, a profissão a ser escolhida e aos companheiros que encontraremos (reencontraremos), incluindo a futura esposa(o). Mas nos ensina também que temos o livre arbítrio, onde podemos ser atraídos a um companheiro(a) e resolvermos por outro, seja pelo interesse material, seja pelas paixões. (t)

<[moderador]> [3] - Duas perguntas relacionadas: [3] - <Ismael_> O casamento tem lugar e função nos estágios mais elevados da vida espiritual ou tende a desaparecer com a compreensão completa do amor e caridade? <Luno> Alguns utilizam a idéia de uma "compreensão completa do amor e caridade" para justificarem a poligamia. Como podemos analisar a questão?

<Carlos Alberto> Vemos o casamento como um estágio necessário a troca de experiências visando nosso aperfeiçoamento moral. A medida que evoluímos nestas experiências, vamos conquistando o "amor" na sua plenitude, onde alcançamos a possibilidade de "Amar ao próximo como a nós mesmos".

Neste estágio, não necessitamos mais da reencarnação, onde o casamento (a meu ver) não se dá mais de alma para alma, conforme nosso estágio atual, mas de alma para ALMAS. Vejo no exemplo do Cristo, o amigo Jesus, o exemplo a que me refiro. O que os espíritos nos ensinam é que a monogamia é uma evolução da nossa sociedade.

Na poligamia não encontramos afeição real, mas sensações. As pessoas que tentam justificar a poligamia é porque estão muito ligadas as sensações físicas, não tendo ainda despertado para as "sensações" da alma, que é um dos nossos grandes objetivos, até chegarmos ao despertamento e descobrimento do amor, conforme relatado na passagem do Evangelho, na introdução que fizemos. (t)

<[moderador]> [4] - <Nadja> Em geral há uma idéia de que um casamento que fracassou obrigatoriamente deverá ser refeito em bases sofridas em outra vida. Essa idéia não seria contrária à própria lei de evolução, uma vez que os espíritos, ao refazerem a experiência juntos poderão estar mais cooperativos, amenos e amorosos? Por que se insiste em ameaçar, alegando que a próxima experiência será pior que a atual?

<Carlos Alberto> A ameaça vem pela falta de entendimento. São os elos que ainda trazemos das religiões que tem em sua base "O Céu" e o "Inferno", nas punições eternas. Eu também já interpretei muitos textos espíritas exatamente como a amiga descreve. Mas o entendimento das Leis de Deus vai nos mostrando que não é assim.

Não faz sentido estabelecermos uma "fatalidade" quase cega, ao término de um relacionamento, até porque as Leis de Deus não são punitivas, mas educativas.

Acredito que a confusão se faça nesse sentido, com estas interpretações, por queremos enquadrar as situações dentro de leis "quadradas" de "certo" e "errado"...

O amigo Altivo Pamphiro, presidente do CELD, Centro Espírita Leon Denis, uma vez afirmou, falando deste tema, que no seu entendimento, as questões acerca do casamento são individuais. Há tempos que venho pensando nisto, o que faz muito sentido para mim.

Cada um de nós é um Universo em si mesmo. Com experiências milenares No casamento, juntam-se "2 Universos". Como estabelecermos que o fim de um casamento será assim ou assado, diante de tantas variáveis envolvidas? Dependerá da maturidade de cada um, do que acontecer depois Podemos ainda salientar, que existem casos em que um dos envolvidos no casamento (que normalmente é de reajuste, no atual estágio que nos encontramos), pode se esforçar e agir como alguém que está "quitando" seu débito. Mas o outro nunca se sente "pago".

O que fazer então? Ficar "amarrado" esperando "que a morte os separe?" Abençoada Doutrina Espírita que nos mostra com mais clareza os objetivos do casamento, que não incentiva o divórcio, mas que também não nos ensina que devemos ficar "presos" indefinidamente a um compromisso que muitas vezes não tem mais razão de existir. Será sempre uma questão de consciência de cada um. (t)

<[moderador]> [5] - <Mirandum> Permanece-se casado depois do desencarne?

<Carlos Alberto> Se as ligações forem de alma para alma, sim. Inclusive formando as famílias espirituais. Se as ligações forem somente da matéria, desfazem-se com a mesma. (t)

<[moderador]> [6] - <Mirandum> Com relação ao fato de ser a família "sagrada oportunidade de nos reunirmos para através do livre arbítrio, substituirmos os nossos instintos e sensações pelo sentimento mais nobre que é o amor", estaria uma pessoa que opte por não se casar, incidindo em erro?

<Carlos Alberto> Não. Ou podemos dizer, depende. Existem planejamentos de reencarnações, em que a formação de uma família não está prevista. Temos por exemplo, o caso do Chico Xavier. No Livro Renúncia, vemos o caso de Carlos, que teve no seu planejamento, a volta como padre, onde não estava previsto a formação de uma família. Para uns é expiação, para outros prova.

Por isso não temos uma vida só. A cada reencarnação temos a oportunidade de crescimento em um ou mais campos. (t)

<[moderador]> [7] - <Kramnik> Amigo, sobre divorcio o ESE nos fala que o Divorcio é para quando não ha amor. Quando se falta amor não é justificável continuar uma ligação. Emmanuel, no entanto em "Vida e Sexo" fala-nos que não ha união por acaso e não se deve nunca estimular o divorcio, afirmando que este é apenas para aqueles que um homicídio ou um suicídio seja uma ameaça. Como conciliar estas duas informações? Resumindo: Quando aconselhar a alguém o divorcio? A agressão física seria uma justificativa plausível, ou deve-se tentar mesmo assim por meio do sacrifício e paciência?

<Carlos Alberto> O que buscamos, na maioria das vezes quando falamos de divórcio, ou assuntos relacionados as problemáticas da vida, é basicamente uma resposta que nos oriente exatamente como proceder.

No íntimo, muitas vezes sem que tenhamos isso conscientemente, estamos buscando uma "regra de bolo" algo que nos isente de tomarmos uma decisão "errada", porque aí podemos dizer: "agi de acordo com a Doutrina, com o ensinamento deste ou daquele espírito". Uma maneira de suavizar uma decisão tão difícil. Mas esta receita não existe. No meu entendimento, cada caso será sempre único. Se a pessoa tem entendimento e encontra forças para prosseguir em sua caminhada de um casamento difícil, porque diríamos para ela se separar? Mas uma outra por motivos que nos aprecem menores do que a primeira está a ponto de se suicidar, ou cometer seguidos adultérios. Como insistir que deve continuar presa ao casamento? Entende companheiro?

Embora de forma geral sejamos espíritos em estágios parecidos, de inferioridade, cada um de nós tem uma bagagem, uma experiência. Uns combatem o egoísmo, outros combatem a bebida, outros se sacrificam pelo casamento. Por isso os Espíritos normalmente avaliam estas questões de forma genérica. Resumindo, de forma geral, os casos em que existe violência física, vícios graves, adultério, é lícito o divórcio como saída. Agora, as conseqüências deste divórcio, normalmente só na vida espiritual é que saberemos, com base naquilo que fomos e naquilo que conseguimos conquistar na existência atual. (t)

<[moderador]> [8] - <Mirandum> Por "casamento", poderíamos compreender também a união estável entre duas pessoas do mesmo sexo?

<Carlos Alberto> Este é um tema bastante complexo, em que não nos arriscamos a dar respostas definitivas. No meu entendimento atual, depois inclusive de várias mensagens do plano espiritual, entendo que sim. Só conseguiremos entender melhor a questão homossexual depois que estivermos livres dos pré-conceitos que nos acompanham há muitos milênios. Arrisco-me a dizer, que a legalização do casamento entre duas pessoas do mesmo sexo, é um avanço da sociedade, que estará apenas regulamentando o que de fato já existe. (t)

<[moderador]> [9] - <jaka_paladium> É moralmente correto que uma pessoa case-se mais de uma vez em uma encarnação?

<Carlos Alberto> Sem dúvida nenhuma. (t)

Considerações finais do palestrante:

<Carlos Alberto> Só posso agradecer a oportunidade de poder meditar em tema tão importante na nossa existência, trocando idéias com todos os amigos que nos trouxeram questões bastante pertinentes. A Doutrina Espírita nos oferece fartíssimo material para estudo e compreensão acerca do casamento, da família, do sexo, das nossas ligações. Recomendo a todos que ainda não tiverem lido, o Livro "Vida e Sexo" de Emmanuel, psicografia de Chico Xavier. Precisamos meditar detidamente sobre estes temas, pois nos dias de hoje, estamos passando por uma fase confusa, na transição para a libertação das mulheres, onde é grande a confusão entre liberdade e libertinagem. Os jovens precisam de uma orientação segura, em face da quantidade de informações (desinformações) que chegam até eles. A maioria das religiões se perdem em dogmas que naturalmente, não sendo compatíveis com o Espírito crítico, afasta muitas vezes o jovem dos ensinamentos religiosos. Façamos a nossa parte, estudando, meditando, nos modificando, para que através do exemplo, possamos dar uma educação segura aos filhos e auxiliando todas aqueles que baterem a nossa porta. Que Deus nos abençoe. (t)

Oração Final:

<Safiri> Obrigada querido amigo. Deus, Nosso amado Pai. Obrigada por mais uma oportunidade de aqui estarmos procurando aprender mais através de informações importantes sobre nossa vida, focada através da luz da Doutrina espírita. Como viver na escuridão, meu Querido Pai, Se aqui nos traz a Luz. Como viver 'cutucando' as feridas se és Tu o remédio para curá-las? Se és Tu nosso bálsamo que traz alívio as dores morais? Não podemos mais ver o que apenas os olhos materiais querem ver. Não podemos deixar a grande verdade, de Sua presença ao nosso olhar íntimo, ao sentimento maior de amor. Obrigada meu Deus, então, por Sermos nós privilegiados de aqui estar.

Que possamos nós sair daqui mais iluminados e fortalecidos para continuar nossa caminhada. Obrigada, mais uma vez obrigada. (t)

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