Estudando o Espiritismo

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segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Demonstrações de afeto fazem bem a saúde



Demonstrações de afeto liberam substâncias que fazem bem a saúde


Estudos comprovam que um beijo provoca mudanças no corpo. O teste do afeto: dois atores saíram pelo centro da cidade distribuindo beijos e abraços.

Paulo Gonçalves
Campinas, SP

É muito bom beijar e melhor ainda saber que os gestos de afeto liberam substâncias que fazem bem à nossa saúde.

Quem não gosta de ser admirado e receber afeto? Segundo os cientistas somos programados para isso. Um beijo, um abraço ou mesmo um toque na outra pessoa provoca mudanças no corpo de quem dá e recebe afeto. O cérebro libera um coquetel de substâncias. Dopamina, endorfina, oxitocina. Hormônios responsáveis pelo prazer e bem-estar.

“Tem estudos que mostram que pessoas que abraçam mais, que beijam mais, que riem mais, elas são mais felizes e até têm mais saúde. Ela tem uma resistência maior às doenças”, explica a neurocientista Silvia Cardoso.

Estudos revelam que a demonstração de carinho pode até reduzir a pressão sanguínea e fazer bem ao coração. O Jornal Hoje fez um teste do afeto. A atriz Ariane e o ator Josué saíram pelo centro da cidade distribuindo beijos e abraços.

O casal de atores sofreu com o carinho não correspondido. A maior parte das pessoas não retornava às demonstrações de afeto realizadas pelos atores.

Algumas pessoas reagiram com susto. Julgaram a atitude dos atores estranha. Outras não pararam e justificaram que estavam com pressa. “É uma atitude defensiva que a polulação se defende muito do outro. Outra parte é que nós temos o péssimo hábito de ter medo da não reciprocidade, o medo de oferecer carinho e não receber o carinho de volta”, conta o psiquiatra Geraldo Balone.

Quando nossa equipe apareceu o homem tentou até esconder o rosto, mas depois explicou porque estava tão arredio. “Ah, meu amigo, você sabe como funciona o Brasil. Segurança aqui é nota zero”, assume o estudante Vonilton Pereira.

O teste do afeto mostrou também muita gente disposta a receber carinho de um desconhecido. “É uma coisa de Deus, hoje em dia não se recebe assim abraço a toa, tem que ter motivo. Foi uma coisa maravilhosa”, fala a dona de casa Edith Araújo.

Para o psiquiatra, a população está acostumada que tenha agressão e com pessoas querendo sempre levar vantagem. Quando se percebe que realmente se trata de um simples beijo, as defesas caem por terra. “É muito bom o carinho. A pessoa se sente mais feliz, mais alegre”, confessa a dona de casa.

Notícia publicada na página do Jornal Hoje, em 13 de abril de 2011.


Cristiano Carvalho Assis* comenta

Com esta reportagem percebemos como a humanidade está sedenta de afeto. Transmissões de carinho são coisas raras e valiosas, normalmente reservadas para pessoas seletas do nosso convívio. Tal como os pequenos gramas de ouro manejados por um ourives, julgamos que os afetos se "compram" ou “trocam”, ficando escondidos das outras pessoas por medo do prejuízo.

A violência, os golpes, o medo de ser mal interpretado, a pressa do dia a dia e a vergonha de demonstrar sentimentos criaram o homem-desconfiado. Um abraço, um leve toque, um beijo na face ou uma demonstração de carinho logo acionam as nossas mentes: o que ele está querendo? Através deste comportamento, criamos as conhecidas figuras de homens sérios, sisudos e com cara de poucos amigos, que criam algum distanciamento e proteção em relação aos outros. Agindo dessa forma pensamos estar progredindo espiritualmente, mas: “Não consiste a virtude em assumirdes severo e lúgubre aspecto, em repelirdes os prazeres que as vossas condições humanas vos permitem. Não imagineis, portanto, que, para viverdes em comunicação constante conosco, para viverdes sob as vistas do Senhor, seja preciso vos cilicieis e cubrais de cinzas.” (Capítulo XVII – item 10, do livro O Evangelho Segundo Espiritismo, de Allan Kardec.)

O grande problema desta distância que criamos para os outros é a sensação de estar faltando algo no nosso espírito. E o que falta são justamente esses fluidos benéficos transmitidos quando nos sentimos queridos e dignos de ser amados, que nos alimentam a alma e nos dão uma maior confiança e amor-próprio. Comprovado agora cientificamente, a troca de carinho, afeição e amor promove um maior bem-estar íntimo. Mas estas conclusões não são novidade no meio espírita. Exemplo disso mesmo, um diálogo do livro Nosso Lar, de André Luiz, psicografia de Chico Xavier: “- Não se lembra do ensino evangélico do "amai-vos uns aos outros"? - prosseguiu a mãe de Lísias atenciosa - Jesus não preceituou esses princípios objetivando tão somente os casos de caridade, nos quais todos aprenderemos, mais dia menos dia, que a prática do bem constitui simples dever. Aconselhava-nos, igualmente, a nos alimentarmos uns aos outros, no campo da fraternidade e da simpatia. O homem encarnado saberá, mais tarde, que a conversação amiga, o gesto afetuoso, a bondade recíproca, a confiança mútua, a luz da compreensão, o interesse fraternal – patrimônios que se derivam naturalmente do amor profundo - constituem sólidos alimentos para a vida em si.” (grifo nosso)

Precisamos entender que esses sentimentos de afeto, compreensão e amor que tanto almejamos dos outros devem ser gerados inicialmente por nós mesmos. Deseja respeito, afeição, amor ou perdão? Procure-os dentro de você e seja o primeiro a oferecê-los aos que estão perto de si. Todas essas virtudes já estão presentes dentro de cada um de nós, basta querermos desenvolvê-las e distribuí-las a todos aqueles que nos rodeiam sem esperar retorno. É importante fazer isso para não criarmos dependências emocionais ou relacionamentos baseados em interesses ou cobranças. Não tenha receio de extinguir a sua dose de carinho e afeto porque a aritmética do amor é diferente da matemática da ciência. Na matemática da ciência quanto mais damos menos fica para nós, mas na aritmética do amor quanto mais oferecemos mais acumulamos em nossos corações. Quantas vezes nos revoltamos em nossas vidas por não conseguirmos acender em nossos relacionamentos a fogueira de virtudes como a concórdia, o afeto ou a boa convivência, mas não possuímos a humildade para dispor de uma única fagulha dos nossos sentimentos para que essa fogueira se inicie?

Por vezes, refletindo sobre a melhor forma de exercer a caridade, concluímos que não a podemos praticar por não termos tempo para andar a distribuir cestas, visitar pessoas doentes ou idosas, nem dinheiro para doações. No entanto, esquecemos que essa caridade pode ser exercida a todos os instantes: escutando a súplica de um desconhecido; respondendo com paciência àquela pessoa que nos trata mal gratuitamente; oferecendo um sorriso; transmitindo afeto, carinho e benevolência a todos aqueles que Deus e os Espíritos amigos colocam no nosso caminho.

Como Jesus disse: "Porque, se só amardes os que vos amam, qual será a vossa recompensa? Não procedem assim também os publicanos? Se apenas os vossos irmãos saudardes, que é o que com isso fazeis mais do que os outros? Não fazem outro tanto os pagãos?” (Mateus, 5:43 a 47.) Por que havemos de limitar nosso amor e afeto a algumas pessoas? Limitamos àquelas que pensam como nós, às que fazem parte de nossa família, às que pertencem ao nosso ciclo de amizade e mesmo assim é preciso que elas tenham atitudes recíprocas de amor e afeto. Só damos nosso amor a quem nos ama.

Para aqueles que já conseguem agir de outra forma, que continuem o bom trabalho transmitindo seus nobres sentimentos sem olhar a quem. Para aqueles que ficam na dúvida, vale a meditação: Quantas vezes pensaram no bem-estar do próximo hoje? Desses, quantos não eram seus parentes ou amigos?

Caminhemos irmãos, de corações abertos, oferecendo desinteressadas demonstrações de afeto e carinho por onde passarmos. Façamos o que está ao nosso alcance para transformar o ambiente terrestre em que nos encontramos. Ao agirmos dessa forma, teremos benefícios na saúde física, mas principalmente na saúde espiritual e emocional. Que brilhe vossa luz, iluminando todos aqueles que se aproximarem de você. Lembremos sempre do que Chico Xavier nos dizia: "O Cristo não pediu muita coisa, não exigiu que as pessoas escalassem o Everest ou fizessem grandes sacrifícios. Ele só pediu que nos amássemos uns aos outros.”

* Cristiano Carvalho Assis é formado em Odontologia. Nasceu em Brasília/DF e reside atualmente em São Luís/MA. Na área espírita, é trabalhador do Centro Espírita Maranhense e colaborador do Serviço de Atendimento Fraterno do Espiritismo.net.

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