Estudando o Espiritismo

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segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Culpa



Quando fugimos ao dever, precipitamo-nos no sentimento de culpa, do qual se origina o remorso, com múltiplas manifestações,
impondo-nos brechas de sombra aos tecidos sutis da alma.
E o arrependimento, incessantemente fortalecido pelos reflexos de nossa lembrança amarga, transforma-se num abcesso mental, envenenando-nos, pouco a pouco, e expelindo, em torno, a corrente miasmática de nossa vida íntima, intoxicando o hausto espiritual de quem nos desfruta o convívio.
À feição do imã, que possui campo magnético específico, toda criatura traz consigo o halo ou aura de forças criativas ou destrutivas que lhe marca a índole, no feixe de raios invisíveis que arroja de si mesma.
É por esse halo que estabelecemos as nossas ligações de natureza invisível nos domínios da afinidade.
Operando a onda mental em regime de circuito, por ela incorporamos, quando moralmente desalentados, os princípios corrosivos que emanam de todas as inteligências, encarnadas ou desencarnadas, que se entrosem conosco no âmbito de nossa atividade e influência.
Projetando as energias dilacerantes de nosso próprio desgosto,
ante a culpa que adquirimos, quase sempre somos subitamente visitados por silenciosa argumentação interior que nos converte o pesar, inicialmente alimentado contra nós mesmos, em mágoa e irritação contra os outros.
É que os reflexos de nossa defecção, a torvelinharem junto de nós, assimilam, de imediato, as indisposições alheias, carregando para a acústica de nossa alma todas as mensagens inarticuladas de revolta e desânimo, angústia e desespero que vagueiam na atmosfera psíquica em que respiramos, metamorfoseandos-nos em autênticos rebelados sociais, famintos de insulamento ou escândalo, nos quais possamos dar pasto à imaginação virulada pelas mórbidas sensações
de nossas próprias culpas.
É nesse estado negativo que, martelados pelas vibrações de sentimentos e pensamentos doentios, atingimos o desequilíbrio parcial ou total da harmonia orgânica, enredando corpo e alma nas teias da enfermidade, com a mais complicada diagnose da patologia clássica.
A noção de culpa, com todo o séquito das perturbações que lhe são consequentes, agirá com os seus reflexos incessantes sobre a região
do corpo ou da alma que corresponda ao tema do remorso
de que sejamos portadores.
Toda deserção do dever a cumprir traz consigo o arrependimento
que, alentado no espírito, se faz acompanhar de resultantes
atrozes, exigindo por vezes, demoradas existências de
reaprendizado e restauração.
Cair em culpa demanda, por isso mesmo, humildade viva para o reajustamento tão imediato quanto possível de nosso equilíbrio vibratório, se não desejamos o ingresso inquietante na escola
das longas reparações.
É por essa razão que Jesus, não apenas como Mestre Divino mas também como Sábio Médico, nos aconselhou a reconciliação com os nossos adversários, enquanto nos achamos a caminho com eles, ensinado-nos a encontrar a verdadeira felicidade sobre o alicerce
do amor puro e do perdão sem limites.

Emmanuel
in: Pensamento e Vida

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