Estudando o Espiritismo

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domingo, 10 de junho de 2012

Sexualidade - Michele


“O Ser real é constituído de corpo, mente e espírito. Dessa forma, uma abordagem psicológica para ser verdadeiramente eficaz deve ter uma visão holística do ser, tratando de seu corpo (físico e periespirítico), de sua mente (consciente, inconsciente e subconsciente) e de seu espírito imortal que traz consigo uma bagagem de experiências anteriores à presente existência e está caminhando para a perfeição Divina.” Joanna de Ângelis

Sexualidade

Joanna de Angelis, ao longo de sua notável obra psicológica, explica os mecanismos do amor, que se expande irradiando harmonia, gerando plenitude e se manifestando como necessidade de intercâmbio afetivo entre os seres. Diz ela, em “Amor Imbatível Amor":

"Valioso recurso para que se perpetue a espécie, quando no intercurso sexual, de que se faz o mais importante componente, é a força dinâmica e indispensável para que a vida se alongue, etapa a etapa, ditosa e plena. Nos outros reinos - animal e vegetal - manifesta-se como instinto no primeiro e fator de sincronia no segundo, de alguma forma embriões da futura conquista da evolução."

"Adorna a busca com a melodia da ternura e encanta mediante a capacidade que possui de envolvimento, sem agressão ou qualquer outro tipo de tormento. Sob sua inspiração as funções sexuais se enobrecem e a sexualidade se manifesta rica de valores sutis: um olhar de carinho, um toque de afetividade, um abraço de calor, um beijo de intimidade, uma carícia envolvente, uma palavra enriquecedora, um sorriso de descontração, tornando-se veículo de manifestação da sua pujança, preparando o campo para manifestações mais profundas e responsáveis." 

"Como é verdade que o instinto reprodutor realiza seu mister automaticamente, quando, no entanto, o amor intervém, a sensação se ergue ao grau de emoção duradoura com todos os componentes fisiológicos, sem a selvageria da posse, do abandono e da exaustão. A harmonia e a satisfação de ambos os parceiros constituem o equilíbrio do sentimento que se espraia e produz plenitude."

"A libido, sob os seus impulsos, como força criadora, não produz tormento, não exige satisfação imediata, irradiando-se, também, como vibração envolvente, imaterial, profundamente psíquica e emocional. Quando o sexo se impõe sem o amor, a sua passagem é rápida, frustrante, insaciável..."

"(...) O importante, porém, é que, em nosso conceito pessoal, o amor transcende os desejos sexuais, enquanto Eros, que pode ser portador de sentimento afetivo, caracteriza-se pelos condimentos da libido, sempre direcionada para os prazeres e satisfações imediatas da utilização do sexo."

"(...) O amor é permanente, enquanto Eros é transitório. O primeiro felicita, proporcionando alegrias duradouras; o segundo agrada e desaparece voraz, como chama crepitante que arde e gasta o combustível, logo se convertendo em cinzas que esfriam..."

"Eros toma conta dos sentidos e responde pelas paixões desenfreadas, pelos conflitos da insatisfação, que levam ao crime, ao pesar, ao desespero. Tendo por objetivo imediato e inadiável o atendimento dos desejos mentais do desequilíbrio sexual, é responsável pela alucinação que predomina nos grupos sociais em desalinho. Assomando em catadupas de posse enceguecida, não confia, envenena-se pelo ciúme, transtorna-se pela insegurança, fere e magoa, derrapando em patologias sexuais devastadoras e perversões alucinantes."

"O amor dulcifica e acalma, espera e confia. É enriquecedor, e, embora se expresse em desejos ardentes que se extasiam na união sexual, não consome aqueles que se lhe entregam aoabrasamento, porque se enternece e vitaliza, contribuindo para a perfeita união. O amor utiliza-se de Eros, sem que se lhe submeta, enquanto este raramente se unge do sentimento de pureza e serenidade que caracteriza o primeiro."

"Os atuais são dias de libido desenfreada, de paixão avassaladora, de predominância dos desejos que desgovernam as mentes e aturdem os sentimentos sob o comando de Eros. Não obstante, o amor está sendo convidado a substituir a ilusão que o sexo automatista produz, acalmando as ansiedades enquanto alça os seres humanos ao planalto das aspirações mais libertadoras."

No Livro dos Espíritos (Allan Kardec) podemos encontrar:

(200) Os Espíritos têm sexo?
- Não como o entendeis, porque o sexo depende do organismo físico. Existe entre eles amor e simpatia, mas fundados na identidade dos sentimentos.

(201) O Espírito que animou o corpo de um homem pode, em uma nova existência, animar o de uma mulher e vice-versa?
- Sim, são os mesmos Espíritos que animam os homens e as mulheres.

(202) Quando está na erraticidade, o Espírito prefere encarnar no corpo de um homem ou de uma mulher?
- Isso pouco importa ao Espírito. Depende das provas que deve suportar.
Os Espíritos encarnam como homens ou mulheres, porque não têm sexo. Como devem progredir em tudo, cada sexo, assim como cada posição social, lhes oferece provas, deveres especiais e a ocasião de adquirir experiência. Aquele que encarnasse sempre como homem apenas saberia o que sabem os homens.


SOBRE A HOMOSSEXUALIDADE


Francisco Cândido Xavier, em entrevista no programa Pinga Fogo (em 1971), nos elucida:


Pinga-Fogo: "Como se explica o homossexualismo e a perturbação no comportamento sexual à luz da Doutrina Espírita?"

Chico Xavier: "Temos tido alguns entendimentos com espíritos amigos e notadamente com Emmanuel a esse respeito. O homossexualismo, tanto quanto a bissexualidade ou bissexualismo, como a assexualidade são condições da alma humana; não devem ser interpretados como fenômenos espantosos, como fenômenos atacáveis pelo ridículo da humanidade. Tanto quanto acontece com a maioria que desfruta de uma sexualidade dita normal, aqueles que são portadores de sentimentos de homossexualidade ou bissexualidade são dignos do nosso maior respeito e acreditamos que o comportamento sexual na humanidade sofrerá, de futuro, revisões muito grandes, porque nós vamos catalogar, do ponto de vista de ciência, todos aqueles que podem cooperar na procriação e todos aqueles que estão numa condição de esterilidade. A criatura humana não só é chamada à fecundidade física, mas também à fecundidade espiritual. Quando geramos filhos através da sexualidade dita normal, somos chamados também à fecundidade espiritual, transmitindo aos nossos filhos os valores do espírito de que sejamos portadores. Não nos referimos aqui aos problemas do desequilíbrio, nem aos problemas da chamada viciação nas relações humanas. Estamos nos referindo a condições da personalidade humana reencarnada, muitas vezes portadora de conflitos que dizem respeito seja à sua condição de alma em prova ou à sua condição de criatura em tarefa específica. De modo que o assunto merecerá muito estudo e poderemos voltar a ele em qualquer tempo que formos convidados. Vamos dizer... porque nós temos um problema em matéria de sexo na humanidade que precisaríamos considerar com bastante segurança e respeito recíproco. Vamos dizer... se as potências do homem na visão, na audição, nos recursos imensos do cérebro, nos recursos gustativos, nas mãos, na tactilidade com que as mãos executam trabalhos manuais, nos pés, se todas essas potências foram dadas ao homem para a educação, para o rendimento no bem, isto é, potências consagradas ao bem e à luz em nome de Deus, seria o sexo em suas várias manifestações sentenciado às trevas?"

Divaldo Pereira Franco, em outra entrevista, acrescenta:

Entrevistadora: "Divaldo, temos uma pergunta sobre homossexualismo, que seria uma inclinação, um resquício da encarnação anterior... como é que o Espiritismo vê isso, a pessoa, o fato da pessoa seguir essa tendência é um desvio moral?"

Divaldo: "Não diria que é um desvio moral. Eu afirmaria que a usança da psicologia sobre a polaridade orgânica, digamos, um indivíduo masculino com tendências femininas e a recíproca, o indivíduo feminino com as tendências masculinas, trata-se de uma experiência do espírito. O espírito é assexuado; durante um largo período ele vem na masculinidade ou na feminilidade. Quando ele muda de uma polaridade para outra, ele leva o conteúdo psicológico da anterior, que Jung chamava ânima, de natureza feminina, e ânimus, de natureza masculina. O indivíduo deveria portar-se de maneira que se sinta feliz. Mas se ele opta, direito que lhe é concedido pelo livre arbítrio, por exercer a sua tendência psicológica, ele é digno de todo respeito."

Entrevistadora: "...porque se ele for reprimir essa tendência vai ser difícil para ele ser feliz, não é?"

Divaldo: "Exatamente, ele tem todo direito de ser feliz conforme seus padrões. Então nós respeitamos todas as opções sexuais, comportamentais e naturalmente divulgamos que o indivíduo deve evitar a promiscuidade de qualquer natureza ou sob qualquer aspecto."

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