Estudando o Espiritismo

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sábado, 7 de abril de 2012

A escolha das provas


A escolha das provas




Antes de começar nova existência corporal, na erraticidade, o Espírito escolhe o gênero de provas por que há de passar, e nisso consiste o seu livre-arbítrio (questão 258 de O Livro dos Espíritos, a obra fundamental do Espiritismo).

Desenfaixado do corpo físico, em regra, o Espírito desfruta de ampliada percepção, que não fica limitada aos cinco sentidos conhecidos e usados por nós no planeta Terra: a visão, o tato, o olfato, a audição e o paladar, razão pela qual enxerga com muito maior clareza os erros, males e equívocos cometidos anteriormente, ansiando por corrigi-los e repará-los o mais rapidamente possível, em nova existência corporal que pretende ocorra em breve tempo. É claro que, pelas mesmas razões, constata também os acertos que praticou, vibrando com a oportunidade e com a possibilidade de acertar cada vez mais, no rumo do aperfeiçoamento constante.

Como a pressa é grande e o desejo de reparação ainda maior, solicita o Espírito aos Mentores Espirituais, muitas vezes, permissão para enfrentar diversas e difíceis provas ao mesmo tempo, ocasião em que os avalistas de nova existência corporal aconselham e orientam para que esta se dê em menor escala, a fim de evitar o sucumbimento, o fracasso, que por certo adviria se o pedido fosse atendido integralmente.

Não é incomum, assim, que se peça para renascer entre malfeitores ou entre ladrões, por exemplo, conhecendo-se os riscos que tal escolha representa, exatamente para pôr em prova o caráter, bem como para tentar dominar as tendências equivocadas. A propósito, é muito comum entre nós, os viventes aqui da Terra, lamentavelmente, esta inclinação para o furto, para o roubo, para levar vantagem em tudo, como facilmente se observa em nosso dia-a-dia. E é evidente que o fato de ser comum não lhe retira o erro, o equívoco, o prejuízo causado a outrem e, por isso, obrigatoriamente, deverá ser reparado por quem o pratica, por quem assumiu tal compromisso, sem nenhuma exceção.

Se há liberdade de escolha, ainda que relativa em alguns casos, há de outra parte responsabilidade pelos atos praticados e, a toda evidência, responsabilidade pelas conseqüências decorrentes da prática de tais atos, como é lógico.

Outrossim, há também os que desejam renascer entre os ricos, muito ricos, para colocar em prova a sua conduta, o seu comportamento, o seu caráter, etc.

Dependendo do caráter do indivíduo, para exemplificar, a riqueza pode torná-lo avaro ou pródigo, egoísta ou generoso, voltado ou não para a sensualidade, etc.

A muitos parece absurda a idéia de que alguém prefira escolher a prova da pobreza, e não a prova da riqueza. No entanto, esta conclusão decorre apenas de ser superficial a análise, uma vez que, realizada em profundidade, conduzirá a que a prova da riqueza é em geral muito mais difícil.

Mais difícil porque as tentações serão maiores e as facilidades enormes, em variados campos de atuação, razão pela qual a queda pode tornar-se bastante fácil.

Quem conseguir fazer bom uso dos recursos que detém em abundância, como, por exemplo, criar empregos que redundem em trabalho e renda dignos a terceiros; quem construir creches e escolas que auxiliem sobretudo os mais necessitados, facilitando-lhes o acesso ao conhecimento e à melhor qualidade de vida; quem oferecer, enfim, oportunidades de progresso material, intelectual e moral aos outros, estará se saindo airosamente da prova da riqueza a que se submeteu.

Na prova da pobreza, do mesmo modo, apenas para exemplificar, quem resistir às tentações do furto, do roubo, de causar prejuízo a outrem; quem conseguir se conduzir sem revolta, com retidão de caráter, com disciplina, com determinação, com empenho e esforço, com honradez e honestidade, estará também se saindo vitoriosamente da prova, sem a menor sombra de dúvida.

Por esta simples e ligeira exposição, visto que a escolha das provas é assunto extenso, complexo e de incontáveis variáveis, não é difícil concluir desde logo que aqui não estamos em férias.

Estamos, sim, nesta escola, nesta prisão ou neste hospital chamado Terra, em regime de aprendizado, uma vez que necessitamos muito aprender, crescer e progredir, intelectual e moralmente, na direção da perfeição e da suprema felicidade, destino final de todos nós.

Procuremos, pois, fazer sempre o Bem, preferentemente sem olhar a quem, que seguramente seremos muito mais felizes. E muito mais felizes desde agora.
Antônio Moris Cury

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