Estudando o Espiritismo

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segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Não vim trazer a paz, mas a divisão



Palestra Virtual
Promovida pelo Canal #Espiritismo
http://www.irc-espiritismo.org.br
em conjunto com o Centro Espírita Léon Denis http://www.celd.org.br
Palestrante: Lúcia Moreira
Rio de Janeiro
30/10/1998

Organizadores da palestra:

Moderador: "Luno" (nick: Moderador)
"Médium digitador": Carlos Filipe (nick: Lucia_Moreira)

Oração Inicial:

<jaja> Senhor Jesus, aqui estamos, mais uma vez, reunidos em Teu nome, para estudarmos os Teus ensinamentos à luz da Doutrina Espírita. Que possamos, Senhor, compreender de forma mais clara, as Tuas palavras que são de extrema importância para as nossa vidas. Que possamos, Mestre querido, buscar aplicar esses ensinamentos em nossa vida diária, fazendo com que o convívio com nossos companheiros de jornada possa ser cada vez melhor. Agradecemos pela oportunidade que nos é renovada hoje. Agradecemos a Ti, a Deus e aos amigos espirituais por se fazerem presentes aqui hoje para nos apoiar nesta tarefa. Graças a Deus!

Apresentação do palestrante:

<Lucia_Moreira> Meu nome é Maria Lúcia da Costa Moreira. Tive a grande felicidade de ter nascido em um lar espírita. Há 23 anos atuo na Casa Espírita Léon Denis, e pela sua meta de trabalho e estudo, foi uma das grandes benções que recebi de Jesus. As palestras, as atuações nos encontros, o trabalho assistencial no Núcleo Antônio de Aquino (Mallet), os trabalhos mediúnicos dos quais participo têm servido muito para meu aprendizado espiritual, e, principalmente, o convívio amigo e fraterno entre os companheiros do CELD têm me enriquecido muito.(t)

Considerações iniciais do palestrante:

<Lucia_Moreira> Interessante que Kardec em "O Evangelho Segundo o Espiritismo" colocou este versículo de Mateus, capítulo 10 (vv 34:36) como a "Estranha Moral", por que realmente nos causa admiração que sendo o Senhor Jesus a personificação da doçura e da bondade tenha proferido estas palavras. Realmente foram proferidas por Ele. Mas, quando as analisamos em Espírito e não somente na letra, entendemos perfeitamente a profundidade de Sua sabedoria. Trazia Ele para a Humanidade da Terra (planeta de provas e expiações), aonde há predominância dos valores materiais sobre os Espirituais, que a Sua filosofia de amor, perdão e solidariedade iria causar inúmeras divergências, separações, divisões e até mesmo "guerras". (t)

Perguntas/Respostas:

<Moderador> [1] <Caminheiro> De que maneira a "divisão" pode ser útil na divulgação do Evangelho de Jesus, se levarmos em conta que essa divisão acaba fazendo com que pessoas de diferentes pontos de vista, graus evolutivos, inteligências diferenciadas e capacidades para compreensão acabem se voltando para Deus?
<Lucia_Moreira> O Senhor Jesus tem o conhecimento da formação da Humanidade do Planeta Terra. Ele sabia e sabe que espíritos de diversas categorias estão encarnados aqui na face da Terra, e que, logicamente, a sua doutrina atuou como um batismo de fogo para a Humanidade. O papel do fogo é purificar. A Doutrina do Cristo tinha a finalidade de acabar com os abusos, preconceitos e tradições, na época sustentada pelos Romanos, escribas e sacerdotes orgulhosos. Hoje ainda sustentada por muitos. A divisão, a separação que Ele alude é a possibilidade de assimilação e de entendimento de cada um. Dia chegará em que não haverá essa "divisão", por que todos terão alcançado o grau de entendimento, de amor e fraternidade.(t)
<Moderador> [2] <jaja> Como agir com nossos familiares quando eles não aceitam a opção religiosa que fizemos?
<Lucia_Moreira> O senhor Jesus nos deu um exemplo muito nítido do procedimento a seguir: Ele nunca impôs os seus conceitos a ninguém. Respeitou os Romanos que dominavam o mundo; respeitou os Cesares que dominavam Roma; respeitou os Fariseus, os Escribas, os sacerdotes que zombavam dos seus ensinamentos e prosseguiu com o seu exemplo vencendo a todos eles não pela violência, nem pela imposição, mas sim pelo seu exemplo, pela sua autoridade moral, pela paz interior por ele conquistada. O comportamento que devemos ter diante daqueles que não aceitam a nossa opção religiosa é o da não violência, e aí nos lembramos de Ghandi, aquele grande pacifista indiano que conquistou dos ingleses a libertação da Índia com a "não violência". (t)
<Moderador> [3] <Caminheiro> Essas palavras: "Não vim trazer a paz, mas a divisão" parecem em desacordo com a doutrina pregada pela Boa Nova de Jesus. Parecem não terem sido ditas pelo Mestre doce e elevado de Nazaré! Seriam palavras "acrescidas" ao texto evangélico pelos copistas da Idade Medieval, que sabemos tanto terem modificado as escrituras da Boa Nova?
<Lucia_Moreira> Essas palavras foram ditas realmente por Jesus, como já dissemos. Toda idéia nova forçosamente encontra oposições, e nenhuma há que se implante sem lutas, e as resistências, as lutas, são proporcionais à importância dos conceitos, por que quanto maior ela for tanto mais são os interesses que ferem o ser humano. Quando são palavras sem importância, elas passam até despercebidas. A importância de uma idéia nova como a que o Senhor veio trazer "Amar à Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo", "amai aos vossos inimigos", "fazei bem aos que vos perseguem", quem mata pela espada, pela espada perecerá". Isto veio causar um "reboliço" na mente humana, por que o homem teria que expurgar o orgulho, a vaidade, o egoísmo de dentro de si mesmo.(t)
<Moderador> [4] <jaja> Se o casamento se apresenta ameaçado pelas discordâncias em termos de religião que se instala no lar, deve um dos cônjuges abrir mão de sua convicção religiosa para evitar maiores problemas? Digo isso para o caso de um dizer para o outro assim: "Escolha: ou a religião ou eu!"
<Lucia_Moreira> O Senhor Jesus, antes de "morrer", fez um testamento: A Deus legou o seu Espírito; a José de Arimatéia legou o Seu corpo; aos soldados Suas vestes; Maria, Sua mãe, Ele deixou aos cuidados de João; aos seus discípulos sinceros, ele falou: "A minha paz vos deixo, a minha paz vos dou". A paz do Senhor Jesus é a nossa consciência tranqüila, que é baseada no equilíbrio da nossa razão e do nosso livre-arbítrio. Se você se acha com capacidade psíquica para fazer a sua esposa feliz, não vejo motivo para se terminar um casamento por divergências religiosas. Procure conversar com ela sobre respeito, tolerância e amor.(t)
<Moderador> [5] <Caminheiro> Por falar em divisão, o que podemos esperar do movimento de "unificação" dentro do Espiritismo?
<Lucia_Moreira> O movimento de unificação não é dentro do Espiritismo. O movimento de unificação é da Humanidade. Todos nós um dia chegaremos, de acordo com a lei de progresso e de evolução, que é uma lei natural, à compreensão de que precisamos nos unir; precisamos de solidariedade e de fraternidade. Martin Luther King, pacifista negro e norte-americano nos adverte: "ou aprendemos a viver juntos como irmãos, ou pereceremos como loucos". Steven Spilberg, no seu mais recente filme, "O Resgate do Soldado Ryan", nos mostra a necessidade do homem estabelecer a solidariedade. Esta solidariedade só poderá ser estabelecida cultivando-se os sentimentos de fraternidade indiscriminada, sem barreiras, sem fronteiras e sem limites.(t)
<Moderador> [6] <Caminheiro> Como agir com nossos filhos adolescentes, quando se deixam encantar por movimentos religiosos diferentes de nosso ideal Espírita?
<Lucia_Moreira> O Senhor Jesus falou: "não vim trazer a paz, mas a divisão; porquanto vim separar de seu pai o filho, de sua mãe a filha e de sua sogra a nora. E o homem terá por inimigos os de sua própria casa". (Mateus, cap. X vv 34:36) Não esqueça, meu amigo, de que nossos filhos, como nós são espíritos que possuem as suas individualidades. A separação, a "divisão" dita pelo Senhor Jesus é justamente essa proporcionalidade do crescimento espiritual de cada um. Lembre-se de que todos nós um dia chegaremos à era da razão, não nos afobemos com as opiniões contrárias de nossos filhos. Eles viverão, adquirirão as suas experiências; racionalizarão a sua fé; e "um dia" estaremos todos unidos com a mesma idéia, a idéia de que fomos criados por Deus, de que somos espíritos imortais, de que somente a fé raciocinada e não fanatizada nos conduzirá à felicidade e à paz.(t)

Considerações finais do palestrante:

<Lucia_Moreira> A palavra hebraica para a paz é "Shalon", que significa plenitude do amor divino, consumação de todos os valores morais. Por isso o Senhor Jesus falou; "Não pensais que Eu tenha vindo trazer a paz, mas sim a divisão." Kardec nos diz que essas palavras do Senhor Jesus devem entender-se como referência às cóleras que a sua doutrina provocaria, aos conflitos momentâneos a que iria dar causa, às lutas que teria de enfrentar antes de se firmar, e não como decorrentes de um designo premeditado de sua parte de semear a desordem e a confusão. O mal viria dos homens, e não d'Ele. "É como o médico que se apresenta para curar e cujos remédios provocam uma crise salutar, atacando os maus humores".(t)

Oração Final:

<Moderador> Pai amado, agradecemos mais esta oportunidade de estarmos todos juntos no meio virtual estudando suas leis. Esperamos que possamos ter alcançado nosso objetivo de maneira satisfatória. Pedimos que continue a iluminar nossa amiga Lúcia, para que ela possa continuar a nos instruir com sua palavra doce e amiga. Com a tua permissão damos por encerrada a palestra virtual de hoje. Esteja conosco, agora e sempre. Que assim seja!

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