Estudando o Espiritismo

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terça-feira, 9 de agosto de 2011

Melindre


Todos nós, filhos do Amantíssimo Pai, somos, por assim dizer, verdadeiras pedras preciosas necessitando ser trabalhadas pela vida para que possam fazer emergir dos seus interiores o brilho fulgurante do amor.

Encarnamos com a finalidade precípua de burilarmos a nossa alma, extirpando de nós as desvirtudes que impedem o seu resplendor, lapidando o amor, dando-lhe um sem número de faces para que possa irradiar seus raios luminescentes em todas as direções.
Neste caminhar incessante, por vezes, nos encontramos face a face com obstáculos que nos impedem de ir mais adiante.
Embaçam nossos olhos, prejudicam a nossa audição, emudecem a nossa voz, aprisionam os nossos braços, algemam as nossas mãos, entorpecem o nosso coração.
É o melindre que, sutilmente, amplexa a nossa alma tornando-a cativa do orgulho e da incompreensão.
Como densa névoa, nos impede de visualizar nossos defeitos, analisá-los e corrigi-los.
Desta forma agindo, retardamos os nossos passos, adiando, para sabe quando, o nosso doce encontro com Jesus.
Esgueirando-se traiçoeiramente por entre as nossas desvirtudes, o melindre penetra em nossos ouvidos, qual réptil venenoso a instilar a mágoa e a inimizade, transformando palavras destituídas de maldade, a nós endereçadas, em dardos penetrantes a nos ferirem, quando na realidade, o interlocutor não teve tal intenção.
Continuando sua trajetória, sutilmente, turva a nossa visão, transformando os olhares, os gestos, as atitudes naturais daqueles que nos ofertam a gentileza da sua companhia, em desrespeito desarrazoado a nossa pessoa, empanzinados que estamos pelo orgulho pertinaz.
Seguindo com sagacidade o seu roteiro, o melindre desarmoniza o nosso sentir, transformando a ausência das pessoas a nós chegadas, por razões plenamente justificáveis, em atitudes de desconsideração para conosco, refertos que estamos da vaidade pretensiosa e falaz.
Instilando incompreensão por onde passa, o melindre envenena a nossa alma, descolorindo a nossa vida, envolvendo-nos com o aroma desagradável da solidão por nós mesmos provocada, acinzentando os nossos dias, trazendo pessimismo ao nosso porvir, desencanto ao nosso coração.
Para que do melindre possamos nos libertar, basta, tão-somente, sentir a presença do Divino Peregrino do Amor ao nosso lado, fazendo-nos compreender que o ser humano só poderá nos ofertar os bens de que é realmente detentor, poupando-nos de esperar, inutilmente, que nos presenteiem com jóias que ainda não possuem.

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