Estudando o Espiritismo

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segunda-feira, 6 de junho de 2011

Desafios Humanos: Condicionamentos, Sentimentos, Emoções E Relacionamentos

 05/03/2010

Cristina Sarraf 

(as escolhas morais do médium)

Cristina Helena Sarraf
jornalcem@yahoo.com.br

O grande desafio humano é lidar consigo mesmo.

O conceito, generalizado na sociedade, e que muitos temos de nós mesmos, ainda obedece a noções não espíritas, quais sejam de que nosso corpo é fruto só da genética, que nossas dificuldades são pagamento de erros e punição pelos maus sentimentos e condutas e que a eventual sorte, vem do acaso ou do quanto nos esquecemos e beneficiamos os outros.

Mesmo que, aos poucos, esses conceitos equivocados estejam sendo diluídos, permanecem com muita força na estrutura dos nossos pensamentos.

Muitos romances e palestras com temática espírita divulgam a noção de que pagamos pelos atos errôneos, e só um grande sofrimento limpa a alma dos seus negrumes... induzindo e mantendo a culpa, a auto-piedade e a auto-punição, que são conceitos escravizadores da conduta, que está precisando é de esclarecimento e libertação das formas de ser e pensar que produziram e continuarão produzindo equívocos e sofrimento.

Um dos aspectos desse desafio é a nossa capacidade de condicionamento, excessivamente usada, e posta em substituição á razão e ao bom senso. Trata-se de uma situação delicada, pois não costuma haver consciência, daquele que se deixa condicionar por idéias, costumes e modos de pensar, de que vive repetindo formas já prontas e pensamentos adotados como os únicos bons; e também de que não está usando sua razão para examinar as circunstâncias do momento presente e nem para observar se usa de bom senso, que é a adequação das reações a cada situação.

Fica bem mais cômodo e fácil viver assim, sem o domínio de si, e a multiplicidade da vida nos tempos atuais acaba incentivando nossos condicionamentos.

Se bem que haja pessoas e Espíritos especialistas em condicionar, desde crianças até multidões, a questão se coloca no seguinte nível: o que temos feito ou deixado que façam conosco?

Examinando melhor o assunto, vemos que nossa mente pode ser condicionada, tanto que temos inúmeros hábitos mentais, ou seja, formas preconcebidas de entender, reagir e posicionar-se. Dizemos que somos assim... A capacitação de condicionar-se é extremamente útil e necessária em algumas de nossas atividades, como por exemplo dirigir um veículo ou fazer a conta das compras. Mas a mente não é um gravador, ao contrário, tem inúmeras funções que nos permitem reflexões, raciocínios, exame, observação, aprendizado, substituição de conceitos, imaginar, criar, enfim, uma série imensa de operações que dependem de nossas escolhas. Portanto, podemos decidir nos deixarmos levar pelo que já está habitual, ou pelo que a maioria pensa e acabarmos nos robotizando ou, ocupar-nos um pouco conosco mesmos e avaliar as coisas, decidindo apenas pelo que queremos e consideramos o melhor.

Obviamente, nos referimos às questões de foro íntimo, relacionadas ao que decidimos fazer e pensar, e não aos compromissos de respeito e acatamento da conduta alheia ou de ordens e decisões vindas, por exemplo, de um diretor da empresa onde trabalhamos ou das leis do país. Nestes casos, não nos cumpre decidir mas podemos reivindicar, dialogar e apresentar soluções melhores, que serão ou não acatadas. A ingerência no que é do outro, inclui-se no desrespeito que depois nos desagrada receber.

A problemática dos condicionamentos não observados é que eles nos dirigem e “decidem” por nós, tornando-se a mente mal usada, já que sua função é realizar as operações necessárias para que nosso arbítrio examine e escolha.

Na proporção do quanto não tomamos posse de nossas escolhas, isto é, da nossa vida, está a possibilidade de que Espíritos ou pessoas, nos dominem.

Outro aspecto do nosso grande desafio é a confusão feita entre sentimentos, pensamentos e emoções.


Os pensamentos são uma elaboração do Espírito. Nascem nele e se expandem, materializando-se vibratoriamente no perispírito e estimulando a formação de substâncias correspondentes, no corpo físico, pondo-o em consonância com o que move o Espírito. Depois, ganham o meio ambiente e se juntam com outros semelhantes, formando uma rede de interinfluências, sem limites espaciais.

Os sentimentos são fruto do desenvolvimento moral dos Espíritos e representam o quanto eles já sentem e compreendem as leis da Vida. A essência do sentimento é o Amor e seus derivados, tais como fraternidade, bondade, etc e a ausência deles, no grau que for. Os sentimentos evoluem, acompanhando-nos.

Já as emoções são derivadas dos instintos, e representam nossas reações ao que vem de fora. Elas são físicas e temporárias. Um barulho nos põe em estado de alerta e ao verificarmos do que se trata, nos acalmamos naturalmente. Mas nós, os humanos, podemos fazer e fazemos, a manutenção psicológica das emoções, apesar dos prejuízos decorrentes. Num exemplo, nos mantemos no medo de tudo, mesmo que não haja a menor lógica e nem necessidade disso, criando doenças; porque é emoção e produz substâncias correspondentes no corpo; e alem de tudo, sendo uma crença no mal, esse é o teor do que nos domina.

Essa confusão entre pensamentos, emoções e sentimentos, aliada ao descaso em relação ao fato de sermos Espíritos em evolução, o que significa que estamos aprendendo e portanto, erramos, leva muita gente a se forçar para esconder, até de si mesmo, o que considera mau, buscando exibir a posse das melhores virtudes. A consequência disso é estarmos, constantemente, nos mantendo distantes de nós mesmos e ignorantes de nossas características. Ou seja, á mercê de que outros nos dominem, encarnados ou desencarnados.

Nesse contexto que permeia a sociedade, envolvendo-nos um tanto mais ou um tanto menos, a pergunta é: quais escolhas temos feito para nossa vida e com base no que escolhemos?

Da resposta poderá vir o entendimento de muitas das características da nossa mediunidade, que sempre reflete quem somos.

A baixa ou a alta auto-estima que cultivamos, determina nossa relação conosco e o tipo de Espíritos com os quais convivemos. A mediunidade poderá nos mostrar quem são eles e isso nos ajuda a entender o que decorre do que pensamos, sentimos e escolhemos. 
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Fonte de Consulta

• O Livro dos Médiuns, Allan Kardec - 2ª-parte, cap. XVII – 204
- 2ª-parte, cap. XX – 226 itens 6, 7, 9, 10 e 11;
- 227 e 230
- 2ª-parte, cap XXI - 233
- 2ª-parte, cap XXXI – XIII (Pascal)
e XIV (Delphine de Girardim)

• Céu e Inferno, Allan Kardec – 2ª-parte, capítulo III – Espíritos em condições medianas
• Ver Revista Espírita de Allan Kardec, em anexo

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